O Racismo de Javier Milei que a mídia ignora

Nos últimos tempos, após o grotesco gesto nazista de Elon Musk, alguns discursos de teor supremacista, como os de Javier Milei, têm sido desdenhados pela mídia, como se a gravidade dessas declarações tivesse perdido o impacto.

 Em Davos, o presidente argentino, protagonista da extrema direita latino-americana e fiel cachorrinho de Trump, declarou explicitamente que o “homem ocidental é o ápice da espécie humana”.

Essa afirmação, a menos que eu esteja delirando, é uma clara manifestação de supremacia racial.

Fiquei chocado com isso, muito mais do que com a “saudação” de Musk. O mais alarmante é que essa declaração quase não teve repercussão na mídia; soou natural, como se o fascismo tivesse se tornado parte do cotidiano, algo que se consome sem questionamento.

Vivemos um momento em que essa retórica supremacista se tornou banal. Quando é questionada, como no caso de Musk, a reação é minimizar o problema, quase como se o racismo fosse parte da liberdade de expressão.

Recentemente, a notícia de que a Argentina pretende erguer cercas com a Bolívia e reforçar as barreiras na fronteira com o Brasil é um indicativo claro de uma postura racista em relação aos seus vizinhos. Essa ação não poderia ser mais contraditória, especialmente considerando que mais da metade da população argentina vive em situação de fome. Quem, com um pingo de sanidade, desejaria atravessar essa fronteira e enfrentar essa miséria?

 Somente alguém com um ego inflado por ideias supremacistas, como Javier Milei pensaria que bolivianos e brasileiros estão morrendo de vontade de passar fome em Buenos Aires.

Para aqueles que desconhecem a história recente, a ideia de que a Argentina é uma “Europa” latino-americana permeia diversos aspectos sociais e culturais do país, incluindo o futebol. Você entendeu a “brincadeira” sobre o macaco?

Outro exemplo simbólico foi a declaração do ex-presidente Alberto Fernández em 2021, quando disse: “os mexicanos vieram dos indígenas; os brasileiros vieram da selva e os argentinos vieram de barco da Europa”.

Agora, Javier Milei continua a personificar esse sentimento de supremacia, expressando seus ideais sem receios ou enfrentamento,

Nós, como progressistas, esquerdistas ou comunistas, não podemos permitir que essa retórica se normalize. É nossa responsabilidade nos levantarmos contra esse retrocesso e construir um horizonte igualitário para a classe trabalhadora.

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