Lei da Minirreforma eleitoral não funciona, grandes empresários continuam financiando partidos e candidatos em todo o país

A Lei da Minirreforma Eleitoral quando foi elaborada tinha como objetivo principal proibir o financiamento privado nas campanhas para reduzir a influência de grandes empresas na política e diminuir as desigualdades financeiras nas publicidades entre os candidatos.

No entanto, as eleições municipais desse ano mostraram que essa medida não é eficaz. As brechas deliberadamente deixadas por essa lei mostram na prática que estamos longe da igualdade que a minirreforma dizia alcançar.

O poder econômico continua a colocar candidatos financiados em vantagem significativa. Essas manobras são típicas do sistema eleitoral burguês que, historicamente tenta passar uma imagem meritocrática, mas na prática, mantêm as desigualdades estruturais, favorecendo aqueles com maior capacidade financeira.

Segundo o G1, os cinco maiores doadores nas eleições ajudaram a eleger mais de 100 políticos pelo Brasil, incluindo Rubens Ometto, empresário do grupo Cosan, que destinou R$ 18,2 milhões a candidatos e partidos. Com uma fortuna de US$ 1,4 bilhão, Ometto realizou doações significativas, como R$ 2 milhões para a campanha do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Além dele, José Ricardo Rezek, do grupo RZK, e Odílio Balbinotti Filho, ligado ao agronegócio, também figuraram entre os maiores doadores, destacando a influência financeira no cenário eleitoral.

A participação de grandes empresários, mesmo após a proibição de doações empresariais, evidencia que, apesar da Minirreforma Eleitoral de 2015, o poder econômico ainda exerce uma forte influência política.

Especialmente no caso do agronegócio, representado por figuras como Balbinotti Filho, o setor mantém sua influência direta na política nacional, mesmo sendo o principal responsável pelos desmatamento e queimadas que assolam ao redor do país.

Sendo assim, é preciso destacar que as leis eleitorais continuam favorecendo o poder econômico e político. Mesmo que o Judiciário Eleitoral tente projetar uma imagem de meritocracia e equilíbrio, acaba por reforçar um sistema eleitoral onde grandes grupos econômicos mantêm sua influência.

Por fim, não é difícil concluir que o nosso judiciário atua como uma extensão dos interesses da classe dominante, perpetuando as desigualdades e a concentração de poder, o que enfraquece um caráter democrático que na verdade, nunca existiu.

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