Ontem (23), a Justiça de Pernambuco determinou a prisão do cantor Gusttavo Lima. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o cantor é alvo da Operação Integration, que tem como objetivo combater crimes de lavagem de dinheiro e a prática de jogos ilegais.
A operação já resultou na prisão de outros envolvidos, como a influenciadora Deolane, e revelou que o esquema criminoso incluía a contratação de influenciadores digitais por plataformas de apostas esportivas online, conhecidas como “bets”.
Esses eventos reacendem o debate sobre a impunidade de figuras com grande poder econômico, o que gera um sentimento crescente de descrença na justiça entre a população.
Além disso, A nítida diferença entre o tratamento dado a pessoas ricas e poderosas, aumenta a sensação de injustiça e desigualdade no sistema Judiciário brasileiro.
Em seguida, confira mais detalhes.
Confira também: Agronegócio: Lula afirma que MST também é importante na indústria alimentar nacional, entenda – jornalistabrunoferreira.com
Ministro do STJ Nunes Marques no aniversário de Gusttavo Lima evidencia ligação entre elite e Sistema Judiciário
No sistema econômico em que vivemos, o capitalismo, é natural que o tribunal de justiça opere em defesa da propriedade privada e da manutenção da ordem estabelecida.
Quando falamos em “ordem”, interpretamos isso como a preservação de um sistema que mantém os mais pobres na pobreza e garante a liberdade de acumular riqueza para poucos.
Nesse contexto, fica evidente que o sistema punitivo tem como função principal disciplinar os mais pobres, impedindo qualquer insurgência contra a ordem imposta.
Diante dessa realidade, a população, cada vez mais, deixa de acreditar que vive em um país verdadeiramente democrático e justo. Além disso, a impunidade das classes sociais privilegiadas intensifica essa descrença.
Independentemente de Gusttavo Lima ou Deolane serem culpados ou inocentes, o fato é que pessoas com influência política, com raras exceções, geralmente cometem crimes e são punidas como manda a lei.
O episódio em que o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Nunes Marques, participou do aniversário de Gusttavo Lima na Grécia alimenta essa narrativa e evidencia que a autoridade jurídica mantém relações estreitas com a elite financeira do país.
Entretanto, existem exceções em que essas elites acabam sendo punidas, embora não na medida que deveriam. Assim, há uma pequena possibilidade de que Gusttavo Lima, apesar de tudo, enfrente a prisão.
Mas, não se iluda.
Essas exceções ocorrem apenas quando a classe dominante considera necessário ajustar certas engrenagens para garantir sua própria autopreservação.
Essas “punições” excepcionais funcionam como uma estratégia de autodefesa da burguesia, utilizadas para proteger a ordem vigente ou mascará-la diante de pressões populares. Talvez seja o caso, ou não, veremos posteriormente.
Portanto, é necessário ressaltar que essas situações existem para reafirmar a autoridade e a moralidade do sistema, sem, no entanto, enfrentar as raízes estruturais dos problemas econômicos e sociais.
Pingback: Em discurso da ONU, Zelensky continua a reforçar a narrativa “Ou está do meu lado ou está contra mim” - jornalistabrunoferreira.com