O inicio de tudo: Minha Jornada pelas Origens do Capitalismo no Brasil

Desde a infância, sempre me incomodou ver crianças nas ruas, mendigando comida ou um trocado. Era comum ouvir, “Me dá um trocado pra comer, tia”, toda vez que ia ao centro do Recife. Em minha ingenuidade, não conseguia entender como era possível que uma criança não tivesse três refeições ao dia, assim como eu sempre tive. Era surreal imaginar alguém sem um lar, dormindo em um pedaço de papelão no chão.

Com o passar dos anos e após muita reflexão, percebi que a estrutura econômica brasileira é marcada por profundas desigualdades e por uma dependência que ainda afeta nossa sociedade contemporânea. Mesmo após três décadas, raras mudanças ocorreram; na verdade, a situação piorou. Há hoje mais pessoas nas ruas, mais crianças pedindo ajuda para comer.

O que realmente mudou foi a minha consciência de classe. Finalmente compreendi as raízes dessas mazelas sociais que me assombram sempre que coloco os pés na cidade que amo, mas que, de certa forma, também me apunhala.

Para compreendermos a realidade à nossa volta, é fundamental explorar as raízes históricas do sistema capitalista no Brasil. Embora eu não tenha formação em história, estudei por quatro períodos na UNICAP antes de desistir, em parte por dificuldades financeiras, mas também porque percebi que ainda não estava maduro o suficiente para o curso. No entanto, uma frase da minha professora no primeiro dia de aula ficou gravada em minha memória: “Estudamos o passado para entender o presente”.

Essa lição me mostrou que, ao estudar história, poderia entender por que algumas crianças pedem trocado nas ruas para comer, por que existem famílias que não têm um lugar digno para dormir nas noites frias, e porque algumas pessoas possuem vastas terras para cultivar enquanto outras se esforçam para conseguir o básico. Para isso, é crucial entender o Brasil como um todo e os eventos que moldaram sua realidade.

Além disso, é necessário ressaltar como os interesses da burguesia local e dos agentes estrangeiros contribuem para a perpetuação das desigualdades estruturais. Meu objetivo é incitar o leitor a refletir mais profundamente sobre as raízes históricas do capitalismo no Brasil e suas consequências no contexto atual.

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